para meus amigos.
Prometeu, acorrentado. Ulisses, atado. Cristo, crucificado. Gozamos de nossa liberdade em uma prisão?
Ou talvez tenha sido sempre assim, não me lembro. Períodos sóbrios são raros apostos em minhas frases. Eu, sujeito sem oração, que rezo a muitos deuses, nunca de joelhos, e sempre com uma taça cheia em mãos.
No entanto hoje está sendo um dia incomum. Hoje meus pensamentos não são sereias nem harpias: Estou lúcido e minha lucidez me guia. Espero continuar assim até o fim desta... Canção?
O mundo dá voltas. Há ordem no caos.
O caos dá voltas na ordem do mundo. Há!
O caos dá voltas na ordem do mundo. Há!
O fio da meada acha-se em meio ao estouro da boiada, nas entrelinhas das letras miúdas ao fim do contrato que se assina sem ler e boa sorte pra você, Iure, Tyego, Serguei, Liuba, Daniel, Juliana, Milla, Stvz, Caio, Gustavo, Lazlo, Lara, Amanda, Davi, Danton, Bonga, Cris, Beca, Rogério, Lapão, Clovix, Nina, Evera, Diego, Chico, Carlos, Micha, Henrique... Tantos nomes, os mesmos olhos. Nas escadarias da Matriz, como eu, queimando fumo, assistindo a vida passar: A terra dos meninos dos olhos iguais, lar dos paraísos artificiais. Vácuo, oásis, clareira e cais. Afinal, de onde não se volta é, justamente, para onde se vai, quer você queira ou não.
Foi você quem me levou lá, baby, seguindo reto pela contramão, lembra? Nem eu. Estátuas de sal deixadas pra trás praguejando elaborados discursos eloquentes tentando nos roubar a atenção, querendo companhia, quem diria, e há pouco penduravam no pescoço os tesouros da terra, essa mesma que agora queima, é o que dá erguer uma civilização à beira de um vulcão. Castelos de areia só duram até a maré cheia.
A terra dos meninos dos olhos iguais, Tyara, não é, pois, um lugar, é um instante, que passa, mas volta.
As ondas vêm e vão.