terça-feira, 11 de novembro de 2014

you gotta move

Em animação suspensa nesse suspense animado, o meu estado: de choque. O único de direito, aliás, bem sei. E demasiado humano, talvez.
Sê, pois, prego, e ama não o martelo, mas o golpe - que o projeta para além das régias tábuas onde, em leito de morte, dormitam as leis.
E transcende o plano.
Ou, parafuso, revolte-se.

terça-feira, 27 de maio de 2014

zero in loco here by now

espaço é um local cercado de cantos por todos os lados, onde estamos.
lugar é um aqui onde somos.
lar é um lugar no espaço: um sítio onde ser está - nossa Ítaca.
é para lá que vamos.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

epa hei, money

e, para encurtar essa história, arrebentados os selos, ainda restará, ao teu desespero, entender o porque de ser tua derrota minha glória, o meu olimpo o teu gólgota e tua geena sinai de onde reluz minha lei. 

é que são frias as chamas que tremeluzem as ganas de teus deuses ocos.

e assim como minha paz tua guerra e minha aurora quimera de teu mendigo, meu cristo; me ergo e, logos, insisto: ainda não me enganei.

e se, findas as contas me julgas um energúmeno completo, eu que não sei somar te confesso (a tu, que me crês celerado, e vives contando os trocados) que contra toda arporia - e de encontro à ordem vigente, que já anuncia poentes de manhãs ainda nem concebidas - da angular pedra hermética e concisa, trimegistas ondas sonoras embalam minhas colossais fantasias, das quais extraio a energia.

e hoje terei um bom dia. custe o que isso custar. 


fique com o troco.

terça-feira, 18 de março de 2014

quem mora no morro/não morre no asfalto

...lá vem o brasil - baleado, ignorado, esfolado, humilhado - mais e mais, descendo a ladeira. esse poço não tem fundo? viva a merda, então? salva de tiros pra cima, pra baixo, pra tudo que é lado, e enquanto observamos, abestalhados, o espetáculo, a ponta do último prego batido no nosso caixão é virada. gol de placa. aqui jaz uma nação.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

o eixo, o rio, o mar

Ei-lo, o eixo mono mental, espinha dorsal de Brasília, trilha por onde flui, estéril, o rio transcendental da burocracia.
Ei-lo, Babel, torre horizontal sonhando distopias de um dia beijar o céu.
O Estige é seu afluente, serpente, e Marte teu ascendente.
À tua margem a cidade, transbordante de gentes, que, inevitavelmente, tropeçam em tuas correntes, e aos borbotões, por marés de azar, vagueiam, à deriva, até desaguarem em um mar de lama, onde flutua, ilhado - símios por todos os lados - o drama da espécie humana.