Ei-lo, o eixo mono mental, espinha dorsal de Brasília, trilha por onde flui, estéril, o rio transcendental da burocracia.
Ei-lo, Babel, torre horizontal sonhando distopias de um dia beijar o céu.
O Estige é seu afluente, serpente, e Marte teu ascendente.
À tua margem a cidade, transbordante de gentes, que, inevitavelmente, tropeçam em tuas correntes, e aos borbotões, por marés de azar, vagueiam, à deriva, até desaguarem em um mar de lama, onde flutua, ilhado - símios por todos os lados - o drama da espécie humana.