"Sabe o que está faltando? Gente vomitando no palco, quebrando guitarra, os maus comportados. No fundo são todos um bando de Sandys. Tudo cai no ridículo muito cedo e é todo mundo muito bem comportadinho, muito politicamente correto. Acho isso meio sacal"
Guilherme Arantes, grimório vivo do pop
Não faz nem uns 700 anos, que bombava na Índia setentrional uma balada chamada Sati. Nesse ritual sagrado do hinduísmo, a viúva se atirava na pira funerária do falecido no ápice da cremação. Imagine você Comandante! Mas isso era o barato da época. Ao saber disso, tua glândula pineal já lhe irradia termos como barbárie ou misoginia. Mas, tenha em vista que relatos históricos dizem que se tratava de um ato sublime de devoção espiritual e não uma submissão do corpo carnal. Algo como o verdadeiro Nirvana, my friend. Diga aê!
O enterro dos indies vem aí. E é desnecessário dizer que vai ser um sati daqueles. A pira será acesa em dois funerais distintos. Um em cada lado dos trilhos do trem. Sábado, 20 de Agosto, Valdez, Mechanics e Zefirina Bomba esperam os devotos do ódio no Cult 22 Bar, Lago Norte. No domingo, 21, River Phoenix, Valdez, Mechanics, Galinha Preta e Zefirina Bomba queimam as roscas que ainda faltarem no Bar da Toinha, Samambaia. A etiqueta da ocasião sugere perfumar-se com colônia de barbecue ou óleo de peroba. Ajuda bastante o processo.
A convocação está feita. Os indies estão se espalhando depressa. Mais rápido que um compêndio de lados B do Radiohead no megaupload. É seu dever cívico honrar as calças fora de moda que veste e ajudar a erradicar esse mal. Reúna o maior número de hipsters que encontrar nas baladinhas fru fru da cidade e leve-os aos funerais supramencionados para dar uma boa lição do que é rock a esses almofadinhas. Dizem que uma grande pilha de i pods em chamas dá um belo barato.
Quem morrer verá!
por Michel Aleixo, guitarrista do River Phoenix
Um comentário:
Vamo cair de ponta nessa pira dos infernos!
So come on!
Jump in the fiiire!
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