Bastardo por parte de pai, desnaturado por parte de mãe. Quando jogar as cinzas de minha mãe sobre o túmulo de meu pai será um lindo dia de sol, ou um triste dia de chuva, tô pouco me fudendo, e será com todo respeito, respeito por mim, que baixarei as calças e mijarei sobre teu túmulo, papi, a urina escorrendo pelos cantos da laje lustrosa de bacana, porque ele deve ter uma laje de bacana, é assim em meus sonhos, mas se não for tudo bem também... Vocês terão ainda muito orgulho de mim, papai, mamãe... A urina escorrendo pela laje bacana, lavando as cinzas, lavrando esse amor doente que deu nessa catástrofe tranquila que sou eu, e ninguém ali além de mim mesmo capaz de responder a pergunta premiada:
- E agora, quem é Júnior, mamãe? Quem é Severino Ramos de Araujo Santos, papai?
Talvez demore, talvez não. Um dia, um mês, um ano, vários deles, não importa, o tempo está ao meu lado, espero sem pressa esse dia chegar.
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