terça-feira, 2 de outubro de 2007

Nº 9


Desconheço autoridade, não endosso estado ou propriedade. O solo balança sob os pés dos que caminham sem firmeza sobre a terra. Eu me sento em frente à matriz, acendo um cigarro, aprecio um pouco a hoje úmida praça João Pessoa. O mundo, apesar de desse observatório em que me encontro ser pouco perceptível, ao que parece, continua girando loucamente no nada: ainda um galo-de-briga entupido de anfetaminas e solto na rinha vazia. Acima do céu onde brilha, Marte está: A verdadeira estrela vermelha, o Soviet Supremo. Um milhão de anos-luz abaixo, com os olhos ofuscados pela luz que abriu caminho entre as nuvens e estampa os capôs, entre o polegar opositor e o indicador, em uma paina, eu moldo um ninho aonde as idéias venham se acomodar. ... Eu decido então parar de fumar, e dou um piparote no cigarro que cospe sua cinza que mergulha, quica em meu tênis, dá um mortal triplo, ou duplo, não estou bem certo, e estatela-se no chão, vencida por Newton. Sopro umas rosquinhas de fumaça pra um São João Juquinha qualquer, santo das apostas impossíveis, protetor dos galos tresloucados... E ouço as árvores dizerem saudades… Ouço os tijolos gritarem poder. E penso em você, mocinha. Penso na biblioteca universal pendendo de teus cachos. Em todas as sereias, centauros e borboletas que você carrega em seu olhar. E em todas as fadas, et´s, anjos, jardins, a porra toda, que me vem quando pouso a cabeça entre tuas pernas. Penso na vida em comum. Penso em...
Sei lá, mil coisas.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom o texto.
não me lembro de ter lido esse.