domingo, 31 de agosto de 2008

Fora do ar.


Senhores, desisto. Não culpo o mundo por isso. Plantei a árvore e escrevi o livro. Obrigado pela atenção e aquele abraço.

domingo, 10 de agosto de 2008

em uma sala cheia de espelhos


Yeah, isso aqui é um inferno. A baba escorrendo pelo canto da boca torta, treze passos até a porta, mas eu não consigo sair.
O juízo fritando, na minha frente tem uns garotos trepando, do meu lado umas sapatas cheirando, eu acho que já deu, eu devia sair. Há doze passos da porta o bate estaca me estanca, eu coagulo, eu evaporo, eu explodo, eu imploro que eles acabem de vez comigo mas eles nem estão aí. Alguém me passa um pirulito, eu me ergo, eu vou embora, eu já me fui faz meia hora, mas, porra, ainda estou aqui.

domingo, 3 de agosto de 2008

Mister Fuck


Ya, baby, here comes Mister Fuck, dezoito centímetros de pura raça, ele quer te traçar. Mais uma de suas histórias, dessa vez uma cheia de anões dominatrix, ninfetas lésbicas, travecas algemadas pagando boquete suspensas no ar em uma suruba ergométrica, assim, sem sintaxe, nem par. Coisa fina. Muito couro, todos muito loucos, e tudo muito divertido até chegar a polícia, e, claro, ele se safar na hora H. Muito foda esse cara. Mister Fuck is the man, Mister Fuck é o que há.

Well, Mister, you is a sock.

Foi assim que pensei, não sei se a gramática está correta, mas meu pensamento não é muito ordenado, e em português ele soa assim: Blitzig, e as vezes: Plink. Então, em uma tentativa de elucidação bizarra, apesar de pensar em português neoarcaico, e, aliás, pouco saber de outra língua, e vai que justamente por isso, vou tentar transmitir minhas impressões nesta língua bárbara, o inglês, por assim achar que melhor as expresso. Orever. Pois bem, aqui estou eu por inteiro, minhas elucubrações e impressões, diferentemente de Mister Fuck, estirado na rua de minha imaginação, atropelado por seu próprio ego inflado, todo tripas e escoriações. Yeah. Mister Fuck go over there. Já vai tarde.

À noite bateu um remorso, mas quando pensei que amanhã não ouviria mais uma de suas ladainhas... Oh, man, nevermind. E foi o que fiz. Dormi como uma pedra. Sonhei com um homem das cavernas vestido num bikini asa delta conjugando o verbo to be.

Mister Fuck never dies, Mister Fuck está em mim.

Acordei meio dolorido, mas muito bem humorado, achando o dia bonito, sentindo-me mais elevado, uns dezoito centímetros a mais, e falando só em inglês: Hello, how are you? What´s your name? Here, my card, call me anytime, I´ll love you anyways...
Continuou o dia todo e só parou quando me masturbei.

- Perdão, Padre, eu pequei.
- Yo?
- Well, acho que estou possuído.
- Serious?
- Só pode.
- This is not a sin, man.
- Eu gostaria que o senhor me expurgasse, Mister Fuck está em mim.
- What?
- Ele vai, mas sempre volta, deixa-me avolumado, confuso e agringalhado, e só sossega quando gozo.
- Ok. Let´s pull out this demo do teu couro, bro. Get out, mothafucka, it´s tied. Xô!

E foi assim. Ele subiu, finalmente, mas me deixou todo doído, um pouco ressentido, dezoito centímetros no prejuízo. Mister Fuck is really dirt.