segunda-feira, 26 de novembro de 2007

" gostas que te lambam, baby? "


...banho-te à gato, pois. beijando teus olhos, dois, chupando teus dedos... seis? e essa cauda, mô, estava aqui antes? (muito inconsequente essa minha tara por mutantes).

terça-feira, 20 de novembro de 2007

novesfora, dez


Vamos.
O futuro não nos reserva nada que já não esteja agora mesmo nos esperando na esquina onde estamos indo, indo, indo, destino.
Vamos. E quanto maior a estrada mais alto o grito:
Rasguem-se as calçadas onde passo, guia-me esse alvo onde fito.

"calculismo e sangue frio"


Quando o cd de Chat Baker entrou na terceira rodada consecutiva, enquanto fixava F em oito com um dos doze parafusos G, if you could see me now, dizia Baker, a chave de fenda derrapou e, não por isso nem pela dor que sentiu no indicador, mas nesse momento, ele viu. Uma imensa fenda abriu-se em sua testa e lá em baixo pelo chão daquele cânion corriam crianças. Sim, ele viu. A, três, e com ele G soltaram-se do conjunto. Vinte vinte eme dê efe, sorriu o relógio de parede, cansado de repetir todo dia três e quinze àquela mesma hora. B, D, F e H ficaram suspensos no ar, ricochetearam pelas paredes enquanto um e nove passeavam pelo teto. – You can see me now, gritou Baker, enjoy it, man, endossou o ventilador, e outros fatos ainda ocorreram, o tempo todo ocorrem, não cabe aqui cataloga-los, o que importa mesmo é que ele viu. Sim, senhoras e senhores, ele viu... Mas não percebeu. F foi fixado em oito por G como dita o parágrafo dois da página três do manual e você não pode mais me ver. E sobre um ficou a tv, sob quatro o som. On

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

meu nome é igual



cheguei lá, fui o primeiro, logo chegou mais um, dois conhaques, mais dois, e de repente já éramos dez bêbados, onze, chegaram todos, fechamos a conta e saímos de lá para mais longe, muito mais longe, onde não havia eletricidade, cadeiras, camas, mas quem se importa, as paredes estavam lá, e agora éramos sei lá quantos já, todos gritando ao mesmo tempo, durante várias horas, ininterruptamente, só meu amigo Mr. Hippie Sujo que de vez em quando parava porque entuou que aquilo dava um samba, não o culpo, quando chegar em casa certamente vou tentar escrever isso, mas isso de chegar em casa ainda vai demorar muito, agora tenho mais com o que me ocupar, respirar, por exemplo, já que essa gargalhada me tirou todo o fôlego e não consigo parar de rir, então fujo, tomo fôlego, volto, tudo de novo, eu imploro para que eles parem com aquela coreografia mas eles não me ouvem, os lunáticos, as lágrimas começam a escorrer como um rio, a barriga dói, os vizinhos estão batendo lá embaixo, só eu os ouço, mas finjo que não é comigo, aí começam os hinos, à bandeira, à pátria, ao soldado, dou um gole na cerveja quente e sinto um gosto salgado, bebi minhas lágrimas, engoli meu choro, ha ha ha, ha ha ha ha ha, então meio a contragosto comento que acho que ouvi alguém batendo lá embaixo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

02-11


E eis também que o tempo passa e hoje é dia dos mortos. Foi dito anteriormente que o Sr. R ia de encontro à sala de espelhos. Se cada vela que arde uma alma e cada vivo uma chama que esvaece, ei-la.
Aqui, no lugar chamado Cruzeiro, aonde por costume neste dia os vivos vêm lembrar seus mortos e ajudá-los a encontrar seu caminho por meio da luz que arde em cada um desses pavios que são tantos, a terra ajuda ao céu lembrar-se de como criar a noite estrelada, afinal o que implode aqui certamente explode por lá, e com essa analogia refiro-me à vida, antes apelidada chama, que presa no pavio pífio da carne, derrete em lágrimas o círio dos anos, levando-nos de volta para a noite de onde viemos um dia. Um dia como hoje. Feliz aniversário Maria.