sexta-feira, 9 de novembro de 2007

meu nome é igual



cheguei lá, fui o primeiro, logo chegou mais um, dois conhaques, mais dois, e de repente já éramos dez bêbados, onze, chegaram todos, fechamos a conta e saímos de lá para mais longe, muito mais longe, onde não havia eletricidade, cadeiras, camas, mas quem se importa, as paredes estavam lá, e agora éramos sei lá quantos já, todos gritando ao mesmo tempo, durante várias horas, ininterruptamente, só meu amigo Mr. Hippie Sujo que de vez em quando parava porque entuou que aquilo dava um samba, não o culpo, quando chegar em casa certamente vou tentar escrever isso, mas isso de chegar em casa ainda vai demorar muito, agora tenho mais com o que me ocupar, respirar, por exemplo, já que essa gargalhada me tirou todo o fôlego e não consigo parar de rir, então fujo, tomo fôlego, volto, tudo de novo, eu imploro para que eles parem com aquela coreografia mas eles não me ouvem, os lunáticos, as lágrimas começam a escorrer como um rio, a barriga dói, os vizinhos estão batendo lá embaixo, só eu os ouço, mas finjo que não é comigo, aí começam os hinos, à bandeira, à pátria, ao soldado, dou um gole na cerveja quente e sinto um gosto salgado, bebi minhas lágrimas, engoli meu choro, ha ha ha, ha ha ha ha ha, então meio a contragosto comento que acho que ouvi alguém batendo lá embaixo.

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