sábado, 19 de abril de 2008

You! Don´t tell me about your lies


Meu caro Joe, veja bem, a vida não está para brincadeiras, a coisa tá realy preta, very, mas é nós na fita, mano. Está ligado? E então. Noves fora, fudeu. Tiro para tudo quanto é lado, mizéria do caralho. Eu tenho um síndico que me atira bombas, ora veja você. É mole? Nem te conto...
Comendo muitas gatas, Joe? Passando o rodo? Cool. Eu continuo na mesma, o importante é ter saúde, dois braços, duas pernas, é o que dizem.
Meu amigo acha que a vida dele é pior, outro vendeu seu filho ainda na barriga da mãe por cinco mil... Rony sempre foi um cara dos bizznes. Tudo de casa, tudo irmão. Mi casa su casa, my ass your ass. Yo.
Ontem sonhei com você, Joe, você me levava para uma tour pela city. Puta rolé. Eu e você de carruagem puxada por dançarinas de cancã pela city vazia, tomando wisky e decidindo se a gente inundava ou não o lugar. Saudades, Joe.
Hoje fui ver fotografias, tinha uns estudantes tacando pedras na polícia, uns caras catando sucata espacial no meio das borboletas, ruínas e construção, tudo muito fixe. Fiquei pensando no cara que sobreviveu a um transplante de coração e morreu baleado. Fiquei pensando em um barco indo de vento em popa direto para o inferno. Sabe, meu caro Joe, nós em geral somos mesquinhos, pateticamente mesquinhos uns com os outros, e você vai me chamar de mané, mas acho que vou terminar de lamber meu picolé, pegar o palitinho e tentar remar contra a maré. Instiga, Joe?

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