quarta-feira, 29 de agosto de 2012
11.08 Mhz, Severino FM
Eu fico parado esperando, remoendo, até dar vontade, então levanto e venho até aqui, te dizer. Mas afinal quem é você senão o mote mesmo pelo qual me ergo e, sendo assim, por que ouvir o que se sabe, e de mim?
Uma palavra que encontra uma voz é uma verdade, fale. E você me diz - Não, prefiro ouvir.
Pois bem, somos favorecidos pela acústica aqui, ouça: Largue-me! Estou cansado de arrastar cadáveres, e você deveria estar cansado de morder o próprio rabo, circuito fechado, bzzt, frequência ruim.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Lonesome Madness
A loucura e a solidão são sócias.
Dia após dia
Hora após hora
Andam sempre lado a lado.
A veia cava e o nervo vago (Aqui enfim engalfinhados).
E se com ambas tenho flertado
Com apenas uma tenho dormido...
Até agora.
Faz sentido?
Dia após dia
Hora após hora
Andam sempre lado a lado.
A veia cava e o nervo vago (Aqui enfim engalfinhados).
E se com ambas tenho flertado
Com apenas uma tenho dormido...
Até agora.
Faz sentido?
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
tin.tin
Uma ressaca rascante me escancara e escarra minha cara no chão da sala de estar, em frente à tv, na hora do jornal. Uma boa hora pra morrer. Mas ainda não.
As notícias do mundo lá fora desfilam sobre mim com saltos altos de marfim em marcha lenta fúnebre.
A tarde esquenta. Eu suo em bicas que desaguam em diques onde alambiques destilam minha abstinência em gotas serenas da moléstia canina.
Minha sina.
My way.
E agora...
Com vocês...
Eu.
Em queda livre. Em carne, osso e demência.
Subindo a rua. Descendo a ladeira. Seguindo a sombra projetada à minha frente pelo sol às minhas costas tortas. Em alguns minutos lhe bato à porta, lhe peço àgua, lhe parto a cara e retorno à sala, pra saber de você pela minha tv.
Ao que parece, você ia muito bem, obrigado, até ontem, quando tua casa foi invadida e foste feito refém: Dois ou três hematomas. Parece que perdeu alguns dentes.
Que mundo cão.
Levanto. Arrumo a mala. Preparo um drink. Uma pro santo...
Sempre em frente.
As notícias do mundo lá fora desfilam sobre mim com saltos altos de marfim em marcha lenta fúnebre.
A tarde esquenta. Eu suo em bicas que desaguam em diques onde alambiques destilam minha abstinência em gotas serenas da moléstia canina.
Minha sina.
My way.
E agora...
Com vocês...
Eu.
Em queda livre. Em carne, osso e demência.
Subindo a rua. Descendo a ladeira. Seguindo a sombra projetada à minha frente pelo sol às minhas costas tortas. Em alguns minutos lhe bato à porta, lhe peço àgua, lhe parto a cara e retorno à sala, pra saber de você pela minha tv.
Ao que parece, você ia muito bem, obrigado, até ontem, quando tua casa foi invadida e foste feito refém: Dois ou três hematomas. Parece que perdeu alguns dentes.
Que mundo cão.
Levanto. Arrumo a mala. Preparo um drink. Uma pro santo...
Sempre em frente.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
old blue eyes song
Diga,
O que faço comigo?
Ponho um saco na cabeça?
Uma corda no pescoço?
Eu já lavei a louça. Eu já roí meu osso.
Eu já subi e desci tantas vezes a W3 que, a certa altura (estava alto mesmo, admito),
Topei comigo.
Era noite, fazia frio, estava só, trazia um spray.
Reconheci-me, outro bandido,
E passei batido, não me cumprimentei.
Segui caminho, e em um muro, com minha letra, eu vi escrito:
MY WAY.
O que faço comigo?
Ponho um saco na cabeça?
Uma corda no pescoço?
Eu já lavei a louça. Eu já roí meu osso.
Eu já subi e desci tantas vezes a W3 que, a certa altura (estava alto mesmo, admito),
Topei comigo.
Era noite, fazia frio, estava só, trazia um spray.
Reconheci-me, outro bandido,
E passei batido, não me cumprimentei.
Segui caminho, e em um muro, com minha letra, eu vi escrito:
MY WAY.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Hit me, you can´t hurt me.
O mais frágil dos homens. A mais bruta das bestas.
Quando vier, não tenha pena de mim. Não demonstre a mínima compaixão, nem medo, eu me enfiaria por uma brecha dessas e fatalmente te faria me desculpar, e eu preciso da sua ira, eu preciso ouvir cada uma das palavras frias que você tem pra mim. Quero que as atire, uma a uma, contra meu peito. Eu preciso que você seja duro comigo, amigo, que me escancare os defeitos. Você pode fazer isso?
O aplauso desmedido é o adubo do suicídio, já dizia um velho sabido. Seja, pois, rude comigo. Quem sabe um dia também faça isso por ti.
Quando vier, não tenha pena de mim. Não demonstre a mínima compaixão, nem medo, eu me enfiaria por uma brecha dessas e fatalmente te faria me desculpar, e eu preciso da sua ira, eu preciso ouvir cada uma das palavras frias que você tem pra mim. Quero que as atire, uma a uma, contra meu peito. Eu preciso que você seja duro comigo, amigo, que me escancare os defeitos. Você pode fazer isso?
O aplauso desmedido é o adubo do suicídio, já dizia um velho sabido. Seja, pois, rude comigo. Quem sabe um dia também faça isso por ti.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
bright sunshine day
Quando Marte entrou em quadrantura com Vênus e a lua cheia surgiu no horizonte de... não importa, no ano da graça de, tanto faz, um dia comum de primavera, se o era, nesse dia eu morri. O resto é a história.
Minha vida curta e passageira deu-se conta de ser curta e, passageira, passou. Estou passado. No future to me. E ainda assim, cá estou. Isso dá-se por sempre haver quem me escute, de outra forma não seria e é isso que agora quero lhe contar: Você, arqueólogo do que não há, não deveria me escutar, porque gosto de falar e meu discurso é um monólogo obscuro, um mau agouro ao futuro, um canto absurdo, uma quimera. As novas eras e as velhas idéias não deveriam se encontrar. Fica a dica.
E agora calo. Quanto a você, pare de me dar ouvidos onde possa me pendurar, como brincos pesados demais, graves demais, que te impedem de erguer a cabeça e admirar um novo dia a cada dia, até o seu dia chegar, pois, quer você queira ou não, ele há de chegar.
Adeus, e até lá.
Minha vida curta e passageira deu-se conta de ser curta e, passageira, passou. Estou passado. No future to me. E ainda assim, cá estou. Isso dá-se por sempre haver quem me escute, de outra forma não seria e é isso que agora quero lhe contar: Você, arqueólogo do que não há, não deveria me escutar, porque gosto de falar e meu discurso é um monólogo obscuro, um mau agouro ao futuro, um canto absurdo, uma quimera. As novas eras e as velhas idéias não deveriam se encontrar. Fica a dica.
E agora calo. Quanto a você, pare de me dar ouvidos onde possa me pendurar, como brincos pesados demais, graves demais, que te impedem de erguer a cabeça e admirar um novo dia a cada dia, até o seu dia chegar, pois, quer você queira ou não, ele há de chegar.
Adeus, e até lá.
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