quarta-feira, 15 de agosto de 2012

tin.tin

Uma ressaca rascante me escancara e escarra minha cara no chão da sala de estar, em frente à tv, na hora do jornal. Uma boa hora pra morrer. Mas ainda não.
As notícias do mundo lá fora desfilam sobre mim com saltos altos de marfim em marcha lenta fúnebre.
A tarde esquenta. Eu suo em bicas que desaguam em diques onde alambiques destilam minha abstinência em gotas serenas da moléstia canina.
Minha sina.
My way.
E agora...
Com vocês...
Eu.
Em queda livre. Em carne, osso e demência.
Subindo a rua. Descendo a ladeira. Seguindo a sombra projetada à minha frente pelo sol às minhas costas tortas. Em alguns minutos lhe bato à porta, lhe peço àgua, lhe parto a cara e retorno à sala, pra saber de você pela minha tv.
Ao que parece, você ia muito bem, obrigado, até ontem, quando tua casa foi invadida e foste feito refém: Dois ou três hematomas. Parece que perdeu alguns dentes.

Que mundo cão.

Levanto. Arrumo a mala. Preparo um drink. Uma pro santo...
Sempre em frente.

Nenhum comentário: