segunda-feira, 24 de setembro de 2007

1, 5, 2, 0, 3, 5, GO.



Memorando 2043 / 05-03-05 pela ocasião da implantação da ISO 9000 - A não conformidade suprema:
A funcionária C. voltou feliz das férias, e contra tudo o que reza os manuais e dita a prudência, achou por bem, e como é comum e mesmo inevitável, expressar essa felicidade - O que provocou uma Disfunção Morfoestética Policromática de Segunda Ordem, e como todos sabem, esse tipo grave e agudo de desordem ambiental e suas subseqüentes idiossincrasias representam uma ameaça em potencial à produtividade de qualquer empresa, ainda mais quando se trata de uma que objetive a saúde pública. Este fato, e suas eventuais conseqüências, não deixam de ser um curioso paradoxo em nosso sistema de saúde pública, em nosso, acrescentaria, tão capenga sistema de saúde pública. Ora, senhores, se a felicidade sincera e não dissimulada e doentia como é a mais ordinária e que pulula por aí poluindo nossas manhãs, se essa felicidade sincera e que seria o fim último (permitam-me a redundância) de todo programa de saúde constitui, ela mesma, um problema, como então, com todos os demônios, podemos um dia atingir a nossa meta? Nossa tão nobre meta… Pois, sim, alguém aí duvida que a felicidade sincera e fraterna de uns é a miséria real de outros, o riso amarelo de alguns e a alegria forçada de vários? Um caloroso (e nem por isso sincero) tapinha nas costas a todos vocês.
Atenciosamente (?), Sr. Dr. X

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