sábado, 29 de setembro de 2007

bmx shit park


Eu sempre consigo o que quero pedalando na minha bmx. Eu posso ir onde quiser, e , oh… Há muitos lugares onde se ir.
De cá pra lá e lá pra cá em zigue-zague, casas, postes, placas, carros, um monte de gente nada a ver, vai tudo indo para trás, dissolvendo, desintegrando, misturando, virando quimo, sendo absorvido pelos bueiros e cagados pelas fossas clandestinas nas águas limpas desse nojo em que a civilização transformou-se justamente por querer renegar a própria imundície. Que merda.
Débeis, patéticos, neuróticos.
Ah, quanta merda.
Hum.
Merde
Não falei? Eu disse. Eu conheço bem a minha vizinhança. Aqui, em um lugar desolado como esse, nesse sereno, um lugar ermo, um terreno baldio como a alma desses porcos-mirins, e ainda mais a uma hora dessas, é um lugar que convém a uma cagada.
Pois bem, aqui, assim, de cócoras, olhando por entre as pernas vou me vendo parir merda e virar gente, porque gente é assim, gente gosta de sujeira, e de ofender e humilhar e cuspir e estuprar e atirar nos outros pelas costas, mancomunar, e de gozar na cara dos outros, e de se arreganhar pra ser fodido porque se goza assim também, e de trair… Gente gosta de escrotidão, de pegar ela nas mãos e de passar ela no rosto pra sentir o cheiro, porque isso deixa o pau duro, a boca cheia, o cu latejando e a buceta mais molhada, e é o cu, o pau, a boca e a buceta e as víceras quem nos diz se a gente está vivo, se ainda está vivo. E eu estou.

Nenhum comentário: